segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Tempo de mudar as moscas por abelhas

Ontem dia 20 de Fevereiro foi o tão esperado dia de eleições.
11 Partidos, dos quais apenas 5 com assento parlamentar já garantido, concorreram e mantiveram uma luta acérrima (e a espaços ofensiva) por lugares de poder na assembleia de todos nós.

No fim o PS saiu com uma maioria absoluta de 45% e tal, contra os 37% do conjunto dos partidos de direita e acima de tudo verificou-se um importante decréscimo da abstenção, o que será porventura a nossa grande vitória de ontem enquanto povo.

É cada vez mais importante que nos consciencializemos que somos um povo com direitos e deveres e que devemos ser voz activa na escolha do que queremos enquanto sociedade. É importante que decidamos sobre quem queremos que nos governe e que politicas devem ser tomadas para nosso próprio interesse ontem ficou claro que as pessoas vivem com muitas dificuldades sociais porque só isso justifica os resultados estrondosos.

Eu sou claramente um homem de esquerda, sempre fui e nunca o escondi e inclusive digo-o com orgulho, contudo admito que ontem vivi um misto de tristeza e alegria.

- Alegre, porque foi derrotado um governo de coligação que era decadente, obsoleto, ineficiente ou até deficiente e onde um homem (?) que se diz líder de um país, chorou, literalmente e incessantemente pela vitória, por uma oportunidade e que teve retribuição de nada do povo.

Com ele também caiu o partido que se auto-intitulava "o único conjunto de ministros competente e útil do anterior governo". Caiu o partido e caiu um líder que já não consegue tapar os olhos a mais ninguém, já não consegue sacudir do capote a culpa, que também ele carrega, da situação desastrosa para onde os dois levaram este nosso país.

- Triste, porque apesar da esquerda ter subido, o PS tem a maioria absoluta e a intervenção dos partidos da oposição vai ser quase presencial.

Mas a minha tristeza deve-se sobretudo porque este país continua a abrir os olhos tarde demais, continua a ver e a não reparar, continua a acordar depois da hora e a reagir em vez de agir.

Quero deixar aqui em resumo duas conclusões:

1) Uma para o povo português:
Pergunta: Para as próximas eleições e quando tudo estiver melhor (e espero que esteja porque pior é impossível) o que vão pensar? Vão descartar a ida às urnas porque tudo esta melhor? Vão dizer que não vale a pena pois não vale de nada o vosso voto?

Peço-vos, auditem o vosso país, peçam, lutem pelo que querem, exijam de quem vos governa!

2) Uma para o novo governo:

Só lhe peço que mude as moscas por abelhas e ponha este país a trabalhar e trabalhe também para quem nele vive e para quem ama este país de verdade! Não custa muito ou será que custa...?